etílico

é um blues que eu cantaria pra você agora se minha garganta não estivesse seca
pequena melancolia dramática arfando no peito
coisa que com a manhã de sol não condiz
não condiz
apalpo umas coisas espalhadas, sem saber
infelicidade de ver
rima pobre

vértice não, vísceras
vou bem, obrigada
aceito sim, um chá
aceito tudo, aliás
sou muito receptiva, dizem
quer? quero
então vamos
vamos vamos

dá um cigarro
aquela velha história de ter que ter
algo nas mãos
pode ser uma faca, uma pedra torta
mas afinal
ria, me faça rir também
escolher coisas pra falar
escolha
- não é a primeira vez que acontece mas das outras eu fingi que não acontecia

some
e me leva
me escolhe
vou ler teus poemas debaixo do muro
vou virar um gato arisco no escuro

Um comentário:

*Cris*Rosa-dos-Ventos* disse...

"aquela velha história de ter que ter
algo nas mãos"... é!